Super Quarta: manutenção de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Em suas respectivas reuniões, nesta quarta-feira (31), as autoridades monetárias do Brasil e dos Estados Unidos decidiram manter suas taxas básicas de juros inalteradas, mas o mercado projeta direções diferentes para as próximas reuniões.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central resolveu, em unanimidade, manter a taxa Selic em 10,50% a.a.. A decisão, que repetiu a deliberação do encontro anterior, veio em linha com as expectativas do mercado.
No que se refere à conjuntura macroeconômica, o Copom destacou que “a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”. O Comitê reiterou ainda que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida corrobora para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros.
Ademais, o Copom ressaltou que a política monetária deve permanecer contracionista até que se consolide o processo de desinflação, bem como a ancoragem das expectativas em torno da meta, assim como objetiva a suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
A decisão do Fomc, por sua vez, transpareceu um tom mais dovish (postura mais favorável à redução de juros), apesar de afirmarem que não iniciarão os cortes até que tenham confiança de que a inflação está convergindo sustentavelmente à meta de 2%. Além disso, o Comitê indicou estar atento e preparado para ajustar a condução da política monetária conforme os próximos dados a serem divulgados, caso necessário.
Apesar da postura de cautela no pronunciamento de Jerome Powell, presidente do Fed (banco central dos Estados Unidos), a percepção do mercado é, majoritariamente, de que ocorrerá corte de 0,25 p.p. em setembro. Contudo, como o próprio comunicado elencou, a decisão será tomada com base nos dados mais recentes a serem observados.
Sendo assim, apesar das duas decisões de manutenção em linha com o esperado, a Super Quarta foi interpretada como uma indicação de viés para corte de juros na próxima reunião do Fomc e de manutenção pelo Copom, refletindo um posicionamento de prudência frente a um cenário mais incerto.