Boletim Econômico – 20.09.24

Internacional

Fed corta juros em 0,50 p.p. – O Fed (banco central dos EUA) anunciou nesta quarta-feira (18) um corte de juros de 0,50 p.p., enquanto as expectativas do mercado estavam divididas entre corte de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p.. Com a decisão, a taxa de juros ficou entre 4,75% e 5,00%. A votação não foi unânime; Michelle W. Bowman optou por um corte menor, de 0,25 p.p.. Desde julho de 2023, os juros estavam entre 5,25% e 5,50%, em um cenário de inflação alta e atividade econômica forte. O Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) revisou a previsão do PIB de 2024 de 2,1% para 2,0%, a inflação (PCE) de 2,6% para 2,3%, e a taxa de desemprego de 4,0% para 4,4%. A expectativa de juros ao final do ano foi reduzida de 5,1% para 4,4%, sugerindo novos cortes nas próximas reuniões.

Vendas no varejo dos EUA crescem 0,1% em agosto, acima do esperado – O Departamento de Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo subiram 0,1% em agosto, totalizando US$ 710,8 bilhões, superando a expectativa de queda de 0,2%. Em relação a agosto de 2023, as vendas aumentaram 2,1%. Os dados de julho foram revisados de 1,0% para 1,1%.

Produção industrial dos EUA avança 0,8% em agosto – O Federal Reserve informou que a produção industrial cresceu 0,8% em agosto, após uma queda de 0,9% em julho. A alta superou as previsões de 0,2%. O setor de manufatura teve um aumento de 0,9%, impulsionado pela recuperação nos veículos e peças, que subiram quase 10% em agosto. Excluindo esses itens, o crescimento foi de apenas 0,3%. A utilização da capacidade subiu de 77,4% para 78,0%.

Inflação da zona do euro desacelera para 2,2% em agosto – O Eurostat, escritório de estatísticas da União Europeia, informou que a inflação anualizada da zona do euro caiu para 2,2% em agosto, de 2,6% em julho, sendo a menor taxa em três anos. Em relação ao mês anterior, a inflação subiu 0,1%. O núcleo da inflação ficou em 0,3% mensalmente e desacelerou levemente na comparação anual, de 2,9% para 2,8%. A desaceleração foi puxada por uma redução de 1,1% nos preços da energia.

Superávit comercial da zona do euro recua para 15,5 bilhões de euros – Segundo a Eurostat, a zona do euro registrou superávit comercial de 15,5 bilhões de euros em julho, abaixo dos 17 bilhões de euros de junho. As exportações caíram 0,8%, enquanto as importações avançaram 1,6%. Em relação a julho de 2023, o superávit foi de 21,2 bilhões de euros.

China mantém taxas de juros inalteradas, surpreendendo o mercado – A autoridade monetária da China decidiu manter as taxas de juros inalteradas nesta sexta-feira (20), contrariando as expectativas de redução após o corte do Fed. A taxa de empréstimo (LPR) de um ano permaneceu em 3,35%, e a de cinco anos em 3,85%. A fraqueza do iuan tem limitado os esforços da política monetária da China. Analistas esperam que novos estímulos sejam necessários, já que as recentes métricas econômicas surpreenderam negativamente. Instituições globais reduziram suas previsões de crescimento da China em 2024 para abaixo da meta oficial do governo, de cerca de 5%.

BC do Japão mantém taxa de juros e não indica pressa para aumentar – O Banco do Japão decidiu, por unanimidade, manter os juros inalterados nesta sexta-feira (20), após elevar a taxa para cerca de 0,25% em julho. O presidente Kazuo Ueda afirmou que os indicadores econômicos atendem às expectativas e que o BoJ aumentará os juros se a economia e os preços se comportarem bem. Ele destacou que o risco de inflação elevada devido a um iene fraco está diminuindo, permitindo mais tempo para avaliar a necessidade de aperto monetário.

PIB da Argentina cai 1,7% no segundo trimestre – Dados do Indec, órgão do governo do país, mostraram que o PIB da Argentina caiu 1,7% no segundo trimestre de 2024, continuando a recessão após uma queda de 2,2% no primeiro trimestre. O consumo privado recuou 9,8%, o investimento caiu 29,4% e as importações diminuíram 22,5%, enquanto as exportações aumentaram 31,4%. As medidas do presidente Javier Milei para conter a inflação, como a redução de aposentadorias e corte dos gastos públicos, impactaram o PIB. O governo projeta uma queda de 3,8% para 2024, mas um crescimento de 5% para 2025.

Nacional

Copom eleva taxa Selic para 10,75% a.a. – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 p.p., para 10,75% a.a.. A decisão unânime veio após o corte de juros do banco central dos EUA, que rompeu um ciclo de manutenção desde setembro de 2023. O Copom destacou que o cenário externo é desafiador, especialmente pela incerteza na economia dos EUA, e que o ambiente internacional exige cautela dos países emergentes. Em relação à economia doméstica, o Copom notou que os indicadores de atividade estão mais dinâmicos do que o esperado, e a inflação, medida pelo IPCA, permanece acima da meta. Em relação às projeções, o Comitê estima inflação a 4,3% em 2024 e 3,7% em 2025, enquanto as expectativas do Relatório Focus indicam 4,4% e 4,0% para os mesmos períodos.

Arrecadação federal cresce 11,95% em agosto e bate recorde – A Receita Federal informou que a arrecadação do governo federal subiu 11,95% em agosto em relação ao mesmo mês de 2023, totalizando R$ 201,622 bilhões, o melhor resultado para agosto desde 1995. No acumulado de janeiro a agosto, a arrecadação foi de R$ 1,731 trilhão, 9,47% acima do ano passado, também um recorde. Segundo a Receita, o desempenho positivo de agosto foi influenciado pelo comportamento de indicadores macroeconômicos, o retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e o desempenho dos tributos do comércio exterior em função do aumento do volume das importações, as alíquotas médias e a taxa de câmbio.

TCU alerta sobre risco de descumprimento da meta de déficit zero em 2024 – O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu um alerta ao governo sobre o risco de descumprimento da meta de déficit zero em 2024. Segundo o TCU, a previsão de receitas para o ano tem sido frustrada, o que deve prejudicar o atingimento da meta fiscal. O alerta foi emitido sobretudo em decorrência da baixa arrecadação com o voto de qualidade (desempate a favor da Fazenda) em processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal administrativo vinculado ao Ministério da Fazenda. De acordo com o ministro Jhonatan de Jesus, relator das contas do governo em 2024, “O retorno do voto de qualidade no Carf levou à inclusão inicial de receita de R$ 54,7 bilhões no projeto de lei orçamentária de 2024, valor gradualmente revisado para baixo a cada avaliação bimestral, até alcançar R$ 37,71 bilhões no relatório de receitas e despesas do 3.º bimestre de 2024. A arrecadação, no entanto, após sete meses completos – além, portanto, do bimestre sob exame -, havia alcançado apenas R$ 83,35 milhões ou 0,22% da estimativa global prevista para o ano, o que sinaliza elevado risco de frustração“. De acordo com o relatório do ministro de Contas, o governo manifestou “alinhamento com as preocupações deste Tribunal e seu compromisso com a adoção de medidas para melhorar a arrecadação ou ajustar a projeção“.

Regulamentação das apostas visa enfrentar ‘pandemia’ de jogos – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (17) que a regulamentação das apostas eletrônicas visa combater uma “pandemia” de jogos que se instalou no país. A afirmação ocorreu logo após a publicação de uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) que determina que a partir do mês de outubro só poderão continuar funcionando empresas de apostas que já estão atuando e que já solicitaram autorização para explorar a modalidade até o dia 16 de setembro. Segundo o ministro, há muitos relatos de problemas de saúde, de dependência, por conta das apostas eletrônicas. “O objetivo da regulamentação é esse, é criar as condições para que nós possamos dar amparo. Isso tem que ser tratado como um entretenimento muito simples e toda forma, toda e qualquer forma de dependência tem que ser combatido pelo Estado“, apontou. A expectativa do Ministério da Fazenda é de arrecadar até R$ 3,4 bilhões neste ano com as outorgas concedidas a empresas que desejam explorar as apostas eletrônicas.

IGP-10 desacelera para 0,18% em setembro – A Fundação Getúlio Vargas informou que o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) desacelerou para 0,18% em setembro, após alta de 0,72% em agosto. Essa desaceleração foi impulsionada pela queda nos preços de commodities, como minério de ferro e soja, além da menor pressão de alimentos e habitação. O índice acumula alta de 2,54% no ano e 4,25% nos últimos 12 meses. O IPA registrou alta de 0,14%, enquanto o IPC variou 0,02%. O INCC, por sua vez, teve uma alta de 0,79%, mostrando aceleração em relação ao mês anterior.

Data Referência (13/09/2024 a 19/09/2024)

CDI: 0,20%

Dólar: -4,18%

Ibovespa: -0,68%

IDkA IPCA 2A: -0,07%

IMA-B: -0,42%

IMA-B 5: -0,06%

IMA-B 5+: -0,68%

IMA Geral Ex-C: -0,01%

IRF-M: -0,03%

IRF-M 1: 0,18%

IRF-M 1+: -0,13%

S&P 500: 2,11%

IPCA + 5,25%: 0,17%

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