Radar – 24.09.24

Ata do Copom

O Banco Central do Brasil divulgou, nesta terça-feira (24), a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrida nos dias 17 e 18 de setembro. Na ocasião, o colegiado decidiu em unanimidade pela elevação da taxa Selic em 0,25 p.p., para 10,75% a.a..

Em sua avaliação a respeito da conjuntura econômica global, o Comitê destacou a permanência do ambiente externo desafiador, contudo, mais benigno do que observado na reunião anterior. Sobre os Estados Unidos, o colegiado argumentou que permanece grande incerteza a respeito do grau de arrefecimento das pressões no mercado de trabalho e da desaceleração da atividade econômica. Para o Comitê, o cenário-base é de desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana. Salientou ainda que o processo desinflacionário tem continuado em vários países. Contudo, enfatizou a persistência de desafios que não devem ser subestimados para o retorno da inflação à meta, destacando que as particularidades de cada economia têm tido maior protagonismo, acarretando menor correlação dos ciclos de política monetária entre os países.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho permanecem apresentando dinamismo maior do que o esperado. O colegiado argumentou que esse ritmo de crescimento da atividade torna mais desafiador o processo de convergência da inflação à meta.

O Comitê destacou que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros, prejudicando a potência da política monetária e, por conseguinte, o custo de desinflação em termos de atividade. Além disto, reiterou que uma política fiscal crível juntamente com a persecução de estratégias fiscais que sinalizem e reforcem o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos são importantes elementos para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos ativos financeiros.

No tocante à inflação, o colegiado argumentou que a desancoragem das expectativas de inflação é uma preocupação de todos os membros do Comitê, salientando que a condução da política monetária é um fator fundamental para a reancoragem das expectativas. Concluiu ainda que o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de inflação de médio prazo, mesmo condicionadas em uma trajetória de taxa de juros mais elevada.

Em sua decisão, o Copom avaliou que o cenário marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto apertado, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demanda uma política monetária mais contracionista. Portanto, julgou válido realizar o aperto monetário de forma gradual, assumindo um posicionamento dependente dos dados, reforçando o contexto de incertezas tanto no ambiente externo quanto doméstico.

Ademais, o colegiado não deu evidências sobre seus próximos passos, afirmando que “o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”.

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