Boletim Econômico – 08.11.24

Internacional:

Donald Trump é eleito o 47º presidente dos Estados Unidos – Em disputa acirrada e incerta até o momento da apuração, Donald Trump saiu vencedor do pleito e se torna presidente dos Estados Unidos. Olhando para o campo econômico, as políticas propostas pelos dois candidatos contêm a possibilidade de piorar a situação fiscal do país, o que tem potencial para impactar os mercados. Enquanto Kamala se concentrava na expansão de programas sociais, indicando uma política fiscal expansionista, Trump focou em cortes de impostos, imposição de barreiras tarifárias e políticas de imigração. A vitória de Donald Trump impulsionou expectativas de novos estímulos econômicos nos EUA e, em um primeiro momento, os mercados reagiram positivamente, com altas nos índices S&P 500 e NASDAQ, e ainda mais expressivas em índices de empresas de menor capitalização. No dia do resultado, o dólar se fortaleceu e os rendimentos dos Treasuries subiram.

Fed corta juros em 0,25 p.p. – O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central dos Estados Unidos (Fed) decidiu, em unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, em linha com o esperado pelo mercado. Com isso, a taxa que estava no intervalo de 4,75% a 5,00% foi reduzida para 4,50% a 4,75% a.a.. Em comunicado, o Fomc ponderou que “indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Desde o início do ano, as condições do mercado de trabalho têm melhorado e a taxa de desemprego tem subido, mas continua baixa. A inflação progrediu em direção à meta de 2%, mas continua elevada”. Para as próximas decisões de juros, o Fomc argumentou que irá monitorar as implicações dos novos dados a serem divulgados, reforçando que estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê.

PMI composto dos Estados Unidos sobe a 54,1 – Segundo pesquisa final divulgada nesta terça-feira (5) pela S&P Global, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos subiu de 54 para 54,1 entre setembro e outubro, abaixo da leitura preliminar de 54,3 divulgada anteriormente. O PMI de serviços caiu de 55,2 em setembro para 55 em outubro, abaixo da estimativa publicada inicialmente, de 55,3. Já o PMI industrial subiu a 48,5 em outubro, após 47,3 em setembro. Neste caso, a leitura definitiva ficou acima da estimativa preliminar, de 47,8, e da expectativa de analistas, de 47,5.

PMI composto da zona do euro sobe a 50 em outubro – De acordo com a leitura final publicada pela S&P Global em parceria com o Hamburg Commercial Bank, o PMI composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, avançou entre setembro e outubro, de 49,6 para 50. A leitura final ficou acima da estimativa publicada na última semana de outubro. O resultado de outubro foi impulsionado pelo PMI de serviços, que avançou de 51,4 em setembro para 51,6 em outubro. A leitura definitiva de outubro ficou acima do dado preliminar e da previsão de analistas, de 51,2 em ambos os casos. O PMI industrial do bloco também subiu marginalmente a 46,0, acima da leitura de 45,9 divulgada anteriormente e da projeção do mercado.

Vendas no varejo da zona do euro sobem 0,5% em setembro – Conforme dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira (7) pela Eurostat, a agência oficial de estatísticas da União Europeia (UE), as vendas no varejo da zona do euro subiram 0,5% em setembro ante agosto. O dado veio ligeiramente acima da previsão dos analistas, que projetavam alta de 0,4%. Na comparação anual, por sua vez, as vendas do setor varejista do bloco expandiram 2,9% em setembro, muito acima da previsão de alta a 1,3%. A Eurostat também revisou os dados referentes ao mês de agosto, para alta mensal e anual de 1,1% e 2,4%, respectivamente.

Setor de serviços da China avança em outubro – O PMI de serviços do Caixin/S&P Global acelerou para 52,0 em outubro, após 50,3 no mês anterior. O avanço, que representou a expansão em maior ritmo em três meses, foi impulsionado pelos primeiros sinais de que os estímulos do governo estão começando a melhorar as condições de negócios. O resultado do PMI Caixin coincidiu com o PMI oficial, publicado na semana passada, que mostrou que a atividade não manufatureira voltou a expandir. Vale ressaltar que o PMI do setor industrial também avançou em outubro, de 49,3 para 50,3.

Nacional:

Copom eleva taxa Selic para 11,25% a.a. – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central resolveu, nesta quarta-feira (06), elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 11,25% a.a.. A decisão, que ocorreu em unanimidade e veio em linha com as expectativas do mercado, intensificou a alta de juros definida no encontro anterior e segue levando a política monetária brasileira em direção contrária ao ciclo de redução de juros observado em vários países. Em sua avaliação sobre o cenário global, o Copom afirmou que o cenário externo permanece desafiador, destacando a conjuntura econômica incerta dos Estados Unidos, que acarreta dúvidas a respeito dos ritmos da desaceleração e desinflação e, por conseguinte, sobre a condução da política monetária por parte do Fed. Em relação ao cenário doméstico, o Copom avaliou que a economia permanece marcada por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas. O Comitê salientou que o ritmo e a magnitude dos futuros ajustes na taxa de juros serão definidos objetivando a convergência da inflação à meta e estarão dependentes da evolução da dinâmica da inflação, das projeções de inflação, das expectativas, do hiato do produto e do balanço de riscos.

IPCA sobe 0,56% em outubro – Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (8), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, acelerando após 0,44% em setembro. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,88% no ano e 4,76% nos últimos 12 meses. O resultado de outubro veio acima do esperado pelos analistas, que projetavam variação mensal de 0,53% e 4,43% em 12 meses. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA, oito registraram alta em seus preços, com exceção do grupo Transportes, que recuou 0,38%. O grupo Habitação destacou-se ao avançar 1,49% e impactar o índice geral em 0,23 p.p. Em seguida, Alimentação e bebidas, grupo de maior peso no índice geral, também contribuiu com 0,23 p.p. para a alta do indicador, ao variar 1,06% no mês.

Governo central tem déficit primário de R$ 5,3 bi em setembro O Tesouro Nacional divulgou, nesta quinta-feira (7), que o governo central registrou déficit primário de R$ 5,3 bilhões em setembro, ante um saldo positivo de R$ 11,6 bilhões no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o governo central, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, registrou déficit de R$ 105,2 bilhões, o pior resultado desde 2020. As despesas totais subiram 1,4% (R$ 2,3 bilhões) em setembro, já descontada a inflação. No mês, as contas do Tesouro Nacional, incluindo o Banco Central, registraram um superávit primário de R$ 20,9 bilhões. Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 26,2 bilhões. Com o resultado, os dados seguem distantes da meta de déficit primário zero fixada pelo governo para 2024, que conta com uma banda de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, equivalente a cerca de 29 bilhões de reais.

Brasil registra superávit comercial de US$4,343 bi em outubro, recuo de 52,7% – O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou nesta quarta-feira (6) que a balança comercial brasileira registrou um superávit de 4,343 bilhões de dólares em outubro, uma queda de 52,7% sobre o resultado apurado no mesmo mês do ano passado. As exportações somaram 29,462 bilhões de dólares no mês, uma baixa de 0,7% em relação a outubro de 2023. As importações, por outro lado, cresceram 22,5% em relação ao mesmo período, totalizando 25,119 bilhões de dólares. Nos primeiros dez meses do ano, o saldo comercial foi de 63,022 bilhões de dólares, uma queda de 22% em relação ao observado no mesmo período de 2023. As exportações somaram 284,460 bilhões de dólares (+0,5%) no acumulado do ano e as importações, 221,438 bilhões de dólares (+9,5%). O MDIC, em revisão trimestral de projeções, estimou que a balança fechará 2024 com um saldo positivo de 70,4 bilhões de dólares, ante previsão anterior de superávit de 79,2 bilhões de dólares.

Data Referência (01/11/2024 a 07/11/2024)

CDI: 0,20%

Dólar: -2,00%

Ibovespa: -0,02%

IDkA IPCA 2A: 0,39%

IMA-B: 1,05%

IMA-B 5: 0,46%

IMA-B 5+: 1,48%

IMA Geral Ex-C: 0,43%

IRF-M: 0,25%

IRF-M 1: 0,15%

IRF-M 1+: 0,31%

S&P 500: 4,69%

IPCA + 5,25%: 0,13%