Copom eleva taxa Selic para 11,25% a.a.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 11,25% a.a.. A deliberação, que ocorreu em unanimidade e veio em linha com as expectativas do mercado, intensificou a alta de juros definida no encontro anterior e segue levando a política monetária brasileira em direção contrária ao ciclo de redução de juros observado em vários países, com destaque para os Estados Unidos, que terá nova decisão na reunião que ocorre nesta quinta-feira (07).
Em sua avaliação sobre o cenário global, o Copom afirmou que o ambiente externo continua marcado por uma menor sincronia nos ciclos de política monetária, exigindo cautela por parte de países emergentes. O colegiado argumentou ainda que o cenário externo permanece desafiador, destacando a conjuntura econômica incerta dos Estados Unidos, que segue acarretando dúvidas a respeito dos ritmos da desaceleração e desinflação e, em consequência, sobre a condução da política monetária por parte do Fed.
No que se refere ao cenário econômico doméstico, o Copom avaliou que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo. A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”.
O Comitê afirmou que a economia permanece marcada por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas. Considerando isso, o colegiado argumentou que o cenário econômico demanda uma política monetária mais contracionista, afirmando que a decisão está em consonância com a meta de inflação, além de implicar em suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
O Copom salientou ainda que o ritmo e a magnitude dos futuros ajustes na taxa de juros serão definidos objetivando a convergência da inflação à meta e estarão dependentes da evolução da dinâmica da inflação, sobretudo dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, bem como das projeções de inflação, das expectativas, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Em relação às projeções, o Comitê estima inflação a 4,6% em 2024 e 3,9% em 2025, enquanto as expectativas do Relatório Focus estão em torno de 4,6% e 4,0% para os mesmos períodos.