Copom eleva a taxa Selic para 12,25% a.a.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central resolveu elevar a taxa Selic em 1,00 p.p., para 12,25% a.a.. A decisão ocorreu em unanimidade e veio em linha com as expectativas do mercado, que já precificava uma alta mais intensa da taxa básica de juros para a última reunião de 2024.
Em comunicado, o Comitê antecipou a previsão de mais dois aumentos “de mesma magnitude” nas primeiras reuniões de 2025, que ocorrerão em janeiro e março, o que levaria a taxa básica de juros para 14,25% a.a…
Em sua avaliação sobre o cenário global, o colegiado reiterou que o ambiente externo permanece desafiador, sobretudo em função das incertezas sobre a condução da política monetária dos Estados Unidos.
No que tange à conjuntura doméstica, o Copom afirmou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, destacando o resultado do PIB do terceiro trimestre.
A respeito da política fiscal, o Comitê mencionou o pacote de contenção de gastos divulgado recentemente pelo governo. Conforme o comunicado, “A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa.”
Argumentando sobre a decisão de intensificar a alta da taxa Selic, o colegiado ressaltou que o cenário atual é marcado por uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação, ressaltando a desancoragem das expectativas de inflação, o dinamismo da atividade acima do esperado e uma maior abertura do hiato do produto, tornando necessário a execução de uma política monetária mais contracionista.
Sobre a magnitude total do aperto monetário, o Copom salientou que será definida pelo compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, sobretudo dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Em relação às projeções, o Comitê estima inflação a 4,9% em 2024 e 4,5% em 2025, enquanto as expectativas do Relatório Focus estão em torno de 4,8% e 4,6% para os mesmos períodos.