Internacional
Mercados globais sofrem queda com a guerra tarifária entre China e EUA –
Os mercados financeiros globais enfrentaram fortes perdas após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas abrangentes sobre diversos parceiros comerciais. A China reagiu com uma tarifa de 34% sobre todos os produtos norte-americanos, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A medida gerou uma forte correção nos mercados, com o S&P 500, Nasdaq e Dow Jones registrando as maiores quedas desde 2020, resultando em uma perda de US$ 2,5 trilhões em valor de mercado global. Os setores mais penalizados foram tecnologia, bancos, energia e commodities. Em contrapartida, ativos considerados seguros, como o ouro e os títulos do Tesouro, registraram valorização. O petróleo caiu mais de 6% e o dólar se desvalorizou, refletindo os temores crescentes de recessão global.
Mercado de trabalho dos EUA surpreende com criação de 228 mil empregos em março – O mercado de trabalho norte-americano demonstrou resiliência em março ao gerar 228 mil vagas, superando amplamente as expectativas do mercado, que projetavam 140 mil novos postos. O número também ficou acima das 117 mil vagas criadas em fevereiro. Os setores de saúde, assistência social e transporte foram os principais impulsionadores da criação de empregos. Apesar do desempenho sólido, a taxa de desemprego subiu ligeiramente, de 4,1% para 4,2%, refletindo uma maior participação na força de trabalho.
Atividade econômica nos EUA mostra sinais mistos em março – O índice de gerentes de compras (PMI) industrial dos EUA, calculado pelo Institute for Supply Management (ISM), recuou de 52,1 em fevereiro para 49,0 em março, sinalizando contração no setor manufatureiro e ficando abaixo das estimativas de 49,5. O resultado marca o retorno do índice ao território de retração (abaixo de 50 pontos) após dois meses de expansão, em meio à desaceleração nos novos pedidos e aumento dos estoques. Já a leitura do PMI industrial da S&P Global, mostrou estabilidade ao registrar 50,2 em março, levemente acima da neutralidade, com crescimento marginal. Por outro lado, o PMI de serviços, também calculado pela ISM, caiu para 50,8%, o menor patamar em nove meses, indicando uma desaceleração no setor de serviços. A S&P Global apontou leve expansão na atividade de serviços em março, com aumento moderado nos novos negócios, apesar de um ambiente ainda marcado por incertezas e cortes orçamentários.
Fitch rebaixa nota de crédito da China em meio a aumento do endividamento – A agência Fitch Ratings reduziu a nota de crédito de longo prazo da China de “A+” para “A”, citando os crescentes riscos fiscais. A Fitch projeta que a dívida pública chinesa pode saltar de 60,9% do PIB em 2024 para 74,2% em 2026, diante do aumento nos gastos para mitigar os efeitos econômicos das tarifas impostas pelos EUA.
China registra melhora na atividade econômica em março – O PMI industrial oficial da China, medido pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), subiu de 50,2 em fevereiro para 50,5 em março, marcando o segundo mês consecutivo de expansão na indústria. Já o PMI industrial da Caixin/S&P Global avançou de 50,8 para 51,2, indicando uma recuperação mais robusta, impulsionada por crescimento nos novos pedidos e nas exportações. No setor de serviços, o PMI Caixin/S&P Global aumentou de 51,4 para 51,9 em março, atingindo o maior nível em três meses, com sinais de aceleração nos novos negócios. Como resultado, o PMI composto chinês subiu de 51,5 para 51,8, refletindo um avanço mais abrangente da atividade econômica, embora analistas alertem para os riscos decorrentes da disputa comercial com os EUA.
Inflação da zona do euro desacelera e atividade mostra leve recuperação – A inflação ao consumidor da zona do euro desacelerou para 2,2% em março, o menor patamar desde novembro de 2024, reforçando a perspectiva de manutenção das taxas de juros pelo Banco Central Europeu. Em relação à atividade econômica, o PMI industrial subiu de 47,6 para 48,6 pontos, mostrando redução no ritmo de contração do setor manufatureiro. Já o PMI de serviços avançou de 50,6 para 51,0, sugerindo crescimento moderado no setor. Com isso, o PMI composto da zona do euro aumentou de 50,2 para 50,9 em março, atingindo o maior patamar em sete meses, sustentado por melhores perspectivas nos dois principais segmentos da economia.
Nacional
Inflação anual atinge maior nível em dois anos, apesar da Selic elevada – A inflação brasileira segue pressionada e atingiu em março o maior nível anual dos últimos dois anos. O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, acumulou alta de 5,26% em 12 meses até março, segundo o IBGE. Mesmo após o Banco Central promover o terceiro aumento consecutivo de 1,00 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 14,25% ao ano, o cenário inflacionário segue desafiador. A autoridade monetária reiterou que os próximos ajustes na taxa de juros deverão ocorrer em magnitude menor, mas reafirmou o compromisso com a meta de inflação de 3,0% ao ano.
Mercado de trabalho formal atinge recorde, mesmo com leve alta no desemprego – A taxa de desemprego subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, conforme dados do IBGE. Apesar do avanço, o número de trabalhadores com carteira assinada alcançou novo recorde histórico, com 39,6 milhões de pessoas. O rendimento médio real também foi o maior da série histórica, chegando a R$ 3.378, evidenciando a força do mercado de trabalho formal no atual ciclo econômico.
Fluxo cambial tem saída líquida expressiva em março – De acordo com dados preliminares do Banco Central, o Brasil registrou uma saída líquida de US$ 8,85 bilhões no fluxo cambial mensal, com dados apurados até o dia 28 de março. O canal financeiro foi responsável por uma saída líquida de US$ 12,53 bilhões, enquanto o canal comercial apresentou entradas líquidas de US$ 3,68 bilhões no período.
Atividade econômica mantém ritmo de expansão em março – O índice PMI de Serviços da S&P Global subiu de 50,6 em fevereiro para 52,5 em março, indicando uma expansão sólida do setor, sustentada pelo crescimento dos novos negócios e da produção. No setor industrial, o PMI recuou de 53,0 para 51,8, embora permaneça em território de expansão. Combinando os dois setores, o PMI Composto do Brasil avançou de 51,2 para 52,6, reforçando a perspectiva de uma atividade econômica aquecida.
Indicadores Financeiros
Período: 28/03/2025 até 03/04/2025
• CDI: 0,26%
• Dólar: -2,45%
• Ibovespa: -1,51%
• IDkA IPCA 2 Anos: 0,28%
• IMA Geral ex-C: 0,64%
• IMA-B: 1,05%
• IMA-B 5: 0,33%
• IMA-B 5+: 1,58%
• IRF-M: 1,08%
• IRF-M 1: 0,38%
• IRF-M 1+: 1,43%
• S&P 500 (moeda original): -5,21%
• IPCA+5,62%: 0,24%