O Ontem, o Hoje e o Amanhã

“Nada do que foi será. De novo do jeito que já foi um dia.”

Lulu Santos, Como uma onda no mar.

 

Embora Lulu Santos tenha escrito esse trecho inicial de sua canção para transmitir outra mensagem, podemos, com a devida licença do artista, fazer um paralelo dela com os investimentos.

A primeira questão a se expor, talvez mais diretamente íntima à frase acima, trata-se da corriqueira máxima, que retorno passado não garante resultados futuros. Por força de regulação isto está estampado em todos os materiais de venda e apresentações comerciais de todos os fundos de investimento. No entanto, o que vemos com certa frequência é que as ofertas de fundos por parte das instituições, geralmente, se baseiam única e exclusivamente em cima desse retorno pretérito.

Chovem apresentações de fundos BDR ou de Investimento no Exterior, logo após um período de desvalorização no câmbio, não faltam propagandas de fundos IMA-B longos, após grande período de queda da curva de juros e basta um ciclo de alta na bolsa que os FIAs rapidamente se tornam preferência nacional nesse quesito.

Não é que o passado seja imprestável do ponto de vista da análise de investimentos, muito pelo contrário, ele nos fornece importantes informações sobre a qualidade da gestão, nos mais diferentes períodos e situações. Através dele é possível verificar como determinado gestor se saiu em momentos de depressão, bonança e de calmaria, além de ser possível verificar a sua performance comparada com os mais diferentes índices do mercado. O problema, portanto, está em olhar somente para isso, visto que a rentabilidade que o investidor irá auferir estará em sua totalidade, relacionada com o futuro, que é incerto.

Para deixar mais claro, suponha que no último ano, os fundos de melhores rentabilidades foram aqueles que investem em títulos prefixados, que sentido faria investir ou continuar nesses veículos, caso o cenário de mercado que se desenhe seja o de uma elevação substancial na taxa de juros ou na inflação? Absolutamente nenhum. Da mesma forma, qual seria o racional de aumentar posição em fundos de ações quando os indicadores mostram que a bolsa está cara ou que há um aumento constante na aversão ao risco, ainda que, supostamente, este investimento tenha sido o melhor nos últimos meses? Creio que até os mais inclinados a investir em ações esperariam um pouco antes de tomar posição.

Em suma, olhar e analisar o passado de forma ampla, não se resumindo somente à rentabilidade, é demasiado importante, mas ater-se somente a isso é como guiar um carro olhando apenas pelo retrovisor. Assim como no carro, é importante olhar pelo espelho, mas é imprescindível manter os olhos para frente.

Já a segunda questão, também importante, está mais ligada ao aspecto de aproveitar as oportunidades que o mercado oferece. O mês de março de 2020, ofereceu uma excelente oportunidade para aqueles que queriam investir em ações, por exemplo. Quem entendia os riscos desse tipo de investimento, desejava investir e dispunha de recursos para tal, aproveitou uma excelente oportunidade, que não sabemos e nem temos a certeza se outra igual ocorrerá.

Por fim, vamos nos ater ao que acredito que seja o real interesse da música. O chamado a viver cada minuto dessa vida que nos oferece sensações e experiências únicas, muitas das quais passarão e não se repetirão. Investir bem pode ajudar nesse processo, fornecendo-lhe a tranquilidade necessária para atender a este chamado.

 

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