O QUE ACONTECE NO MUNDO: UCRÂNIA x RÚSSIA

Os recentes acontecimentos na Ucrânia trouxeram, além das perdas de vidas e dos direitos humanos, impacto nos mercados do mundo todo. Por isso, viemos, por meio desta nota, discorrer sobre este evento.

No cenário macro, os países ocidentais devem apresentar novas sanções à Rússia, à medida em que as tensões se elevam na região. Até o presente momento, a União Europeia anunciou que vai congelar os ativos russos para impedir o acesso do país ao mercado europeu. Apesar disso, entendemos que a possibilidade de a Europa paralisar suas relações comerciais com a Rússia seja bastante remota, uma vez que esta provém mais de um terço da oferta de gás natural do continente e 30% das importações de petróleo bruto, que respondem por cerca de 15% do PIB russo.

Nos Estados Unidos, a política monetária se torna mais nebulosa, por um lado a inflação ainda se encontra acima da meta e as pressões salariais fazem necessárias medidas mais restritivas. Por outro lado, se o desenrolar da guerra ocasionar em uma depreciação excessiva dos ativos financeiros e na possibilidade de redução do nível de atividade econômica, a autoridade monetária pode reduzir o ritmo de alta das taxas de juros.


E os investimentos?


No Brasil, a curva de juros tende a apresentar uma alta paralela para incorporar o novo nível de risco, trazendo volatilidade aos fundos de renda fixa de duration intermediária e longa. Com o cenário de juros ainda mais elevados, a bolsa brasileira será impactada, pois isso afeta diretamente o valuation das companhias listadas, com a valorização das commodities compensando parcialmente a queda do Ibovespa. Os investimentos no exterior serão os mais impactados devido à exposição aos países envolvidos no conflito. Todavia, a alta esperada do dólar segura parte da perda dos fundos expostos ao dólar.

Tendo em vista a conjuntura atual, reiteramos a manutenção da nossa estratégia que consiste em alocações mais defensivas, como fundos de renda fixa de curta duration, títulos públicos e ativos de emissão bancária, entre outros. Não recomendamos a venda imediata de ativos internacionais até que a situação esteja mais clara e/ou haja deterioração dos fundamentos destes investimentos. Em relação aos novos aportes, sugerimos manter em ativos líquidos e pouco voláteis para aproveitar possíveis oportunidades.

 

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