Panorama Econômico – MAR/21

Por Matheus Crisóstomo

Cenário internacional mais positivo, com programas de vacinação bem implementados e aprovação do pacote de estímulos à economia americana. Aumento nos preços das commodities pressiona a inflação, elevando os juros de longo prazo em países desenvolvidos. Instabilidade social, econômica e política no Brasil trazem alta volatilidade para o mercado interno, levando a queda dos principais índices de renda fixa e variável.


CENÁRIO INTERNACIONAL


Os programas de vacinação têm sido bem implementados em alguns países e já se observa queda na taxa de contágio do Coronavírus. Aliado a isto, algumas nações também iniciam planos de flexibilização nas restrições das atividades, trazendo um maior otimismo dos agentes de mercado quanto a uma recuperação econômica mundial.

Dados oficiais indicam queda de 9,9% na economia do Reino Unido em 2020 e um crescimento de 1,0% no último trimestre do ano. Resultados positivos quanto ao programa de vacinação, refletem em uma elevação nos indicadores de confiança recentes.

Nos EUA, o Congresso aprovou o pacote de US$ 1,9 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden. O auxílio é direcionado para desempregados e famílias de baixa renda.

Dados da economia japonesa apontam uma forte recuperação no quarto trimestre de 2020. E os resultados positivos da economia chinesa continuam a gerar alta nos preços de commodities como petróleo e minério de ferro.

Os juros internacionais de longo prazo têm se elevado à medida que as expectativas inflacionárias se elevam no médio prazo, como efeito de uma injeção robusta de recursos na economia e alta nos preços das commodities.

Os títulos dos tesouros de 10 anos das principais nações do mundo apresentaram expressiva alta, causando um movimento de aversão ao risco no cenário internacional.

Este cenário de volatilidade gera um fluxo de capitais de mercados emergentes para países avançados, principalmente para investimentos em juros de longo prazo.

Em um cenário de maior incerteza no Brasil, principalmente por efeitos ligados ao aumento da percepção de risco dos investidores quanto à situação econômica e política do país, o real acumulou desvalorização cambial no mês de fevereiro, com o dólar encerrando o mês cotado a R$ 5,5302, alta de 0,99%.


CENÁRIO NACIONAL


O mês se iniciou de forma positiva, com o resultado favorável ao Governo Federal nas eleições do Congresso Nacional, que elegeu candidatos pró-reformas, com discursos alinhados ao do Ministro da Economia, além da aprovação do projeto de lei que garante autonomia formal ao Banco Central.

Segundo dados divulgados pelo IBGE, o PIB retraiu 4,1% em 2020, maior tombo desde o início da série histórica em 1996. O setor de serviços foi o mais impactado (-4,5%), seguido pelo setor industrial (-3,5%). Menos impactado por medidas de isolamento, o agronegócio cresceu 2,0% em meio à crise.

O avanço da Covid-19 pelo país continua a impactar negativamente as expectativas dos agentes econômicos. Todos os estados brasileiros voltaram a adotar medidas mais restritivas, como o lockdown ou toques de recolher, na tentativa de conter o avanço do vírus e desafogar o sistema de saúde.

O aumento nos preços das commodities tem refletido nos preços dos alimentos e combustíveis, contribuindo para a aceleração nos índices de inflação. O IGP-DI apresentou alta de 2,71% em fevereiro e chegou a 29,95% no acumulado de 12 meses.

O movimento de alta nos preços do petróleo, aliado a deterioração cambial no Brasil, levou a Petrobrás a realizar sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis no país, conforme sua política de preços. Isto gerou um descontentamento no presidente Bolsonaro, que se pronunciou afirmando que retiraria todos os tributos federais incidentes sobre o preço do combustível e que, apesar de não intervir diretamente na Petrobrás, haveria consequências pelo reajuste.

No dia 19 de fevereiro, Bolsonaro anunciou a demissão do presidente da empresa, Roberto Castelo Branco, e indicou para o cargo o general Joaquim Silva e Luna, em uma sinalização direta de intervenção e descontentamento com a atual política de preços da estatal.

A mudança na presidência da Petrobrás não foi bem digerida pelo mercado financeiro. As ações da companhia apresentaram forte queda, gerando grande oscilação no Ibovespa, que fechou em queda de 4,37% cotado a 110.035 pontos.

Os índices de renda fixa apresentaram, em sua maioria, queda em função da atual instabilidade social, econômica e política verificada ao longo de fevereiro, que geraram abertura nas curvas de juros.

Fonte: ValorPro

Com um cenário nacional mais incerto, em um momento de elevação das taxas dos títulos públicos nas economias mais avançadas, a tendência de alta do dólar continuou a impactar positivamente os fundos BDR, os quais continuam sendo o principal destaque positivo dentre os investimentos dos RPPS.

Dado o cenário geral de aumento da incerteza, ressaltamos a necessidade de diversificação dos investimentos como forma de proteção. Na renda fixa, continuamos sugerindo alocação em fundos mais conservadores como IRF-M1, IMA-B5 e IDKA IPCA 2A. Na renda variável, não acreditamos em performance positiva da bolsa no curto prazo, portanto, nossa sugestão é de não aumentar exposição nesses ativos neste momento. Já nos investimentos no exterior, orientamos diversificação em ativos dolarizados, como os fundos de BDRs, e em fundos que adotam proteção cambial na sua estratégia dada a recente desvalorização do real.


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