Ata do Copom
O Banco Central do Brasil divulgou, nesta terça-feira (12), a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrida nos dias 05 e 06 de outubro. Na ocasião, o colegiado decidiu em unanimidade pela elevação da taxa Selic em 0,50 p.p., para 11,25% a.a..
Em relação ao contexto externo, o Comitê avaliou que o cenário global permanece desafiador, com relevantes incertezas econômicas e geopolíticas, sobretudo acerca do ritmo de desinflação e desaceleração da atividade econômica dos Estados Unidos.
No que tange ao cenário doméstico, o Copom argumentou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho permanece demonstrando dinamismo, destacando que o ritmo de crescimento da atividade, em contexto de hiato positivo, torna mais desafiador o processo de convergência da inflação à meta.
O Comitê avaliou que o cenário de curto prazo para a inflação se mostra mais desafiador, situando as projeções de inflação em 4,6% para o fechamento de 2024 e 3,9% para o encerramento de 2025.
Em seus cenários prospectivos para a inflação, o Copom destacou entre os riscos de alta “(i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.”
Entre os riscos de baixa, ressaltou “(i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.”
Em relação à política fiscal, o Copom afirmou que a execução de estratégias fiscais que sinalizem e reforcem o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos são importantes elementos para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos ativos financeiros. Em seus cenários, o Copom estima uma desaceleração no ritmo de crescimento dos gastos públicos ao longo do tempo e reforça a necessidade da sustentabilidade das regras fiscais.
Por fim, o colegiado resolveu elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., ressaltando que esta decisão se mostra apropriada diante das atuais condições econômicas e das incertezas prospectivas, afirmando que o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.